A Elmo Calçados terá mais prazo e melhores condições para quitar uma dívida estimada em R$ 46 milhões com credores e funcionários. Assim, poderá evitar a falência. Nesta segunda-feira, o juiz da 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, Adilon Cláver de Resende, receberá o processo judicial, inclusive a ata da assembleia realizada na última quarta-feira, na qual os credores aprovaram os termos da recuperação judicial.
“A empresa ganhou mais fôlego, preserva os funcionários atuais e ainda poderá trabalhar com preços mais competitivos, favorecendo o consumidor mineiro”, comemorou a administradora judicial do processo, Maria Celeste Morais Guimarães.
Pelo plano aprovado, os funcionários com débitos trabalhistas e valores até cinco salários mínimos (cerca de R$ 4.600) serão pagos em até 30 dias após a homologação do acordo. Mas somente se os débitos forem relativos a três meses antes do pedido de recuperação. Acima deste valor, o débito poderá ser quitado até um ano após o acordo.
Com relação às dívidas junto a fornecedores, o acordo prevê um período de 36 meses de carência com parcelamento em 120 vezes para microempresas e empresas de pequeno porte e 180 vezes para os demais credores, conhecidos como na linguagem jurídica como quirografários. Há previsão, também, de uma correção monetária pela TR – taxa referencial. Para os maiores credores, há um deságio de 35%, mas para os de menor porte, a dívida terá os valores integrais garantidos. Ao todo, são 181 credores.
A Elmo tem também débitos tributários, que não fazem parte deste acordo. A advogada que administra o processo judicial, Maria Celeste Morais, adiantou que a empresa já iniciou negociações para quitar impostos federais junto à Receita e já está em processo avançado de renegociação com a fazenda estadual.
De acordo Maria Celeste, o acordo de recuperação judicial deverá normalizar as relações comerciais entre a Elmo e fornecedores. “Muitos deixaram de comercializar produtos, o que levou a empresa a perder fatias de mercado para a concorrência. Nesta nova fase, eles deverão normalizar as vendas e a Elmo volta a oferecer um volume maior de produtos”, afirmou.
Crise econômica
Fundada em 1959, a Elmo tem 53 lojas, sendo 35 somente na Região Metropolitana de BH. Outras lojas estão no interior e no Espírito Santo. Pelos números do próprio processo, são 1.173 empregos diretos e 550 indiretos.
Ainda de acordo com os advogados da empresa, na justificativa pelo processo de recuperação judicial, a Elmo registrou um aumento de despesas da ordem de 78% para uma queda de 16% no faturamento entre 2010 e 2015.
Fonte: Hoje em dia