Principal credor do Hopi Hari, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi excluído do plano de recuperação judicial do parque de diversões na proposta apresentada ontem pela empresa em assembleia geral de credores. O mesmo aconteceu com o fundo de pensão dos funcionários do antigo Banco Nacional de Habitação (Prevhab).
De acordo com Sérgio Emerenciano, do escritório de advocacia Emerenciano, Baggio & Associados, que representa a companhia, a exclusão ocorreu porque foi proposto o pagamento aos credores mantidas as condições originais da dívida. “Por um dispositivo de lei, eles [BNDES e fundo de pensão] não são submetidos ao plano. Queremos pagar de forma autônoma, negociando com cada um”.
Perguntado sobre as condições de pagamento pretendidas pelo Hopi Hari, Emerenciano negou-se a detalhar qual seria o prazo de pagamento. Considerando o plano de recuperação, o BNDES teria R$ 230 milhões para receber e a quantia do Prevhab somaria R$ 85 milhões.
Foram realizadas duas votações na assembleia, uma incluindo os credores maiores, que foi recusada, e outra sem a participação deles, que foi aceita. Essa versão do plano foi anexada ao processo pelo parque de diversões anteontem.
O juiz da a Vara de Vinhedo, Fábio Marcelo Holanda, decidiu não aceitar que o acionista controlador José Luiz Abdalla apresentasse uma proposta aos credores, segundo o administrador judicial Gilberto Giansante, principal sócio do escritório Giansante Advogados. Um mandado de segurança expedido pelo magistrado impediu o investidor de participar da reunião, realizada em Vinhedo (SP).
Segundo Luiz Donelli, sócio do Rayes & Fagundes Advogados Associados, representante de Abdalla, no julgamento do plano pelo juiz, as opções serão a aprovação da proposta, a anulação e, consequentemente a convocação de uma nova assembleia; ou a rejeição, que acarretaria na falência do empreendimento, que está em recuperação desde agosto de 2012.
Para Giansante, é possível que o juiz anuncie a decisão na próxima semana.
Fonte: Valor