A votação do plano de recuperação do Hopi Hari, em Vinhedo (SP), foi suspensa nesta sexta-feira (1) após pedido feito por representantes do centro de diversões. Ele foi aceito pela maioria dos credores presentes na assembleia, entre eles, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).
O parque tem dívida de pelo menos R$ 400 milhões com 1,7 mil credores, segundo o administrador judicial. Os trabalhos duraram três horas e as discussões serão retomadas em 23 de novembro.
“A recuperanda fez o pedido porque antes o BNDES solicitou documentos fiscais. Ela [suspensão] foi aprovada por maioria simples na votação”, falou o administrador judicial do processo, Gilberto Giansante. Segundo ele, sem retorno para a demanda, o banco teria votado contra o plano.
“O BNDES representa mais da metade da classe dele”, frisou sobre a representatividade da empresa pública federal. A aprovação do plano, explicou Giansante, depende de aval superior a 50% dos credores envolvidos nas classes envolvidas no processo em tramitação: trabalhista, garantia real (empresas/profissionais), quirografários, e as micro e pequenas empresas.
Em junho, o banco informou que a instituição se colocava à disposição para realizar negociações “visando à recuperação dos seus créditos e a manutenção da atividade das empresas, se estas forem viáveis”. À época, a instituição informou que deveria receber R$ 229,4 milhões do parque.
Um ex-gerente criticou a demora para votação e o plano previsto pelo parque. “É inconsistente”, falou. A primeira discussão sobre o assunto, em 18 de agosto, foi adiada por falta de quórum.
O que diz o parque?
Em nota, o advogado que representa o Hopi Hari no processo, Sérgio Emerenciano, alegou que o BNDES é o maior credor do parque e a aprovação do plano depende de uma análise criteriosa.
“Há que se ressaltar ainda que a suspensão da assembleia foi colocada em votação e aprovada conforme a lei e aconteceu antes mesmo da apresentação do plano de recuperação”, diz nota.
A assessoria de imprensa do BNDES alegou, em nota, que a instituição se manifesta na assembleia geral em todas as recuperações judiciais em que consta como credor.
Reabertura
O parque voltou a funcionar em 5 de agosto, após quase três meses fechado em virtude de crise financeira. Para tanto, segundo a direção do Hopi Hari, foi obtida uma nova linha de crédito.
Com ingressos limitados a 5 mil por dia de atividades, para tentar garantir mais segurança e menos filas aos visitantes, o estabelecimento colocou 85% dos brinquedos à disposição dos clientes.
Fonte: G1